
José Feldman
nasceu na cidade de São Paulo, no dia 27/09/1954). É escritor,
poeta, trovador e gestor cultural paranaense. Começou desde os 10 anos a
mostrar aptidão para a escrita. Com cerca de 13 anos de idade, escreveu as suas primeiras poesias. Realizou vários cursos, como
Filosofia, Italiano, Inglês, Leitura Dinâmica e Desinibição e
Criatividade, Arte Dramática, Filosofia, Contabilidade, Marketing, Administração
de Empresas, Técnicas Agropecuárias, além de diversas
palestras e encontros de literatura. No ICIB, pertenceu a diretoria
cultural, promovendo diversos eventos musicais, além da Oficina de
Trovas, ministrada pelo grande trovador Izo Goldman, e revelando
talentos musicais dos jogadores do departamento de xadrez. Começou a dar
maior ênfase também à literatura, ao fazer, na Casa Mário de Andrade
(Oficina da Palavra) o curso de Poesia Viva, com a poetisa Eunice
Arruda, curso de literatura com Mario Amato, Ficção Cientifica na
literatura. Foi membro da Casa do Poeta Lampião de Gas (São Paulo). Na
literatura, continuou tentando ainda concursos de poesia na Livraria
Freitas Bastos e Scortecci, mas ainda sem sucesso. Com as trovas, obteve
pela primeira vez uma menção honrosa no Concurso de Cruz Alta
(RS). Casou-se em 1995 com a poetisa, escritora e dramaturga paranaense
Alba de Andrade. Mudando-se para o Paraná, foi eleito em 2001 vice
presidente da diretoria provisória da Associação dos Literatos ALIUBI.
Foi convidado a ser delegado municipal da União Brasileira de Trovadores
do Paraná, auxiliando na elaboração do Boletim Paraná em Trovas com a
presidente da UBT Paraná Vânia Ennes, o secretário Nei Garcez e o grande
trovador A. A. de Assis. Participou de concursos de contos em Portugal e
França, sem sucesso. Trabalhou com revisão de trabalhos e livros. |
Um dia
José Feldman
Um dia você pega
as suas coisas, faz as malas, se despede de quem ama e sai porta
afora, para um mundo novo, buscando a liberdade e a felicidade tão
sonhada.
Um dia você aluga um apartamento ou uma casa, aprende que tem que
cozinhar para si próprio, se quiser comer. Que tem que limpar sua
casa, se quiser um lugar organizado, aprende que independência da
casa dos pais não implica em fazer o que bem entende. A sociedade
tem regras, e você começa a sentir isto na pele, e deve segui-las.
Um dia você vê
que só o seu dinheiro poupado durante tantos anos a fio, já não é o
bastante, então tem que procurar um emprego, para poder se
sustentar. Sempre achava que a liberdade era uma coisa linda e
maravilhosa, e você não precisaria se preocupar com nada. Agora vê
que ela engloba responsabilidades, deveres e direitos.
Um dia você se
sente deprimido, pois a vida independente não é um mar de rosas, e
se arrepende de ter saído da casa de sua família, e pensa em
voltar. Mas também pensa em tudo o que aconteceu para sair, e
fica dividido entre o que fazer.
Um dia você descobre que apesar de estar sendo exatamente igual a
seus pais, o seu lar é o seu castelo, e você se sente feliz consigo
próprio, e assim como seus pais eram os reis na casa deles, você é o
rei na sua.
Um dia você
descobre que ser rei de seu castelo envolve deveres, direitos e
responsabilidades, e que mesmo assim não é fácil, é uma batalha
constante para manter seu pedacinho de chão.
Um dia você
descobre que está envelhecendo, que está ficando mais chato, mais
turrão, a memória está falhando, se sente mais cansado, se sente
meio frustrado, pois seus sonhos eram apenas sonhos, e as lágrimas
correm tão facilmente em momentos inesperados.
Um dia você
percebe que nos momentos que deveria falar, se calou e e outros,
quando deveria ficar calado, falou.
Um dia você
descobre que muitas coisas que fez não tinham razão de ser, e que
se pudesse voltar atrás, mudaria tudo, entretanto, existem tantas
outras que mesmo com algum final desastroso, deixaria como está.
Um dia você
descobre que os seus verdadeiros irmãos são aqueles que um dia
passaram por sua vida e deram um encontrão em você e seguiram
adiante. Outros, que estiveram sempre presentes, mesmo que
ausentes.
Um dia você
descobre que nunca esteve sozinho, que sua família esteve sempre
ligada a você em todos os momentos de sua vida, e você sempre, na
verdade, seguiu os passos dela, sem nem mesmo perceber.
Um dia você
percebe que aquilo pelo qual você sempre lutou só vai ser
reconhecido por você mesmo, pelos que acompanharam sua caminhada e
aqueles que realmente te amaram, e sempre estiveram a seu lado
torcendo por você e incentivando quando você cambaleava.
Um dia você
percebe que os verdadeiros inimigos de sua evolução não estão nas
ruas, mas dentro da casa que você abandonou, dizendo-se irmãos,
primos, sobrinhos, etc. Percebe que você é infeliz, pois ainda
está ligado ao que pensam de si.
Um dia você percebe que é hora de se desvincular disso tudo e seguir
os seus próprios passos, caminhar com seus pés, fazer sua própria
vida e ser aquilo que você quer ser, não aquilo que os outros querem
que você seja.
Um dia você percebe que a felicidade está dentro de você, e você
tinha este tempo todo a chave para abrir esta porta e libertá-la.
Um dia você vai
ter coragem suficiente para deixar suas coisas de lado, abandonar
as malas do passado, carregar dentro de seu coração aqueles a quem
ama e quem realmente estiveram a seu lado e sair porta afora, para
um mundo novo, livre e feliz.
Um dia você vai perceber que finalmente realizou seu sonho e
finalmente é feliz.
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