De amor
Marcus Wesley Rosa
Na garganta entalado feito um grito fraco,
o nosso amor morreu
lentamente.
Deve ter escorrido pelo
ralo da pia ao lavarmos alguns pratos sujos
de uma refeição intragável.
Ou mesmo se derramado pelo chão
e sido pisado por nós, feito uma poça de água estagnada que as pernas
nem a todo custo logram saltar...
E talvez nossos sapatos sujos de amor
tenham deixado rastros indesejáveis
por corredores e caminhos.
Talvez nestes rastros cães vira-latas e aves
carnívoras
tenham vindo beber o néctar e
o sangue de frutos apodrecidos
e talvez ainda, ai de nós, meu Deus,
essa bebida tenha lhes feito
mal, deixado-os por meses
doentes e nem sequer
foi capaz de
matá-los.
E-Mail: mmwesley@hotmail.com
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